Making Some More Noise
Escrevendo por escrever.
segunda-feira, 21 de outubro de 2024
Coisas que aprendi com o Brainspotting
O Brainspotting é uma abordagem terapêutica inovadora que visa ajudar indivíduos a processar e superar traumas, dissociação e outros desafios emocionais. Farei aqui uma reflexão sobre a dissociação, traumas e a abordagem neuroexperiencial na terapia, especialmente no contexto do Brainspotting. Alguns pontos-chave que podem ser úteis para a compreensão e aplicação desse conhecimento:
1. Dissociação como Mecanismo de Sobrevivência: A dissociação é entendida como uma resposta adaptativa na infância, mas que pode se tornar mal adaptativa na vida adulta. O objetivo da terapia é ajudar o indivíduo a se reconectar com o tempo presente.
2. Trauma e Retraumatização: O reconhecimento de que todo trauma pode ser uma forma de retraumatização é essencial. O processo terapêutico busca acessar os traumas originais, muitas vezes transgeracionais, que afetam o indivíduo sem que ele esteja ciente.
3. Cura através da Presença e Empatia: O terapeuta deve atuar como um recipiente empático, ajudando o paciente a explorar e processar suas experiências de forma segura. Isso envolve o reconhecimento do sistema nervoso e sua resposta às experiências.
4. A Importância do Corpo e da Intuição: A história subcortical e as experiências de vida estão guardadas no corpo. O terapeuta deve valorizar a consciência corporal e a intuição, permitindo que os pacientes expressem suas vivências.
5. Integração de Saberes: A proposta é integrar conhecimentos ocidentais e orientais, assim como as perspectivas indígenas, para oferecer uma abordagem mais holística. O respeito pela espiritualidade do paciente e o reconhecimento das forças que o afetam são fundamentais.
6. Curiosidade e Incerteza: Um terapeuta deve abraçar a incerteza e permanecer curioso em relação ao processo do paciente, reconhecendo que cada história é única e que há uma vasta gama de influências, tanto genéticas quanto vivenciais.
7. A Expansão da Visão Terapêutica: O foco deve ser na ampliação das possibilidades de cura, respeitando as dinâmicas familiares e sociais que influenciam a vida do indivíduo. A terapia deve ser vista como um processo de vida e pertencimento, mais do que uma mera aplicação de técnicas psicológicas.
Essa visão pode enriquecer a prática terapêutica, promovendo um entendimento mais profundo e abrangente das experiências humanas e da cura. Se você precisar de mais informações sobre algum ponto, sinta-se à vontade para perguntar!
quarta-feira, 16 de abril de 2014
A família dos homens frágeis: Quando a força surge de dentro das fraquezas
A família dos homens frágeis
Quando a força surge de dentro das fraquezas
Quando eu cheguei à minha família, já tinha um irmão nove anos mais velho. Esse irmão, chamado Roger, aos quinze anos de idade sofreu um acidente e foi atropelado por um ônibus, o que o deixou debilitado física e mentalmente.
Nesta época, eu tinha cinco anos de idade e minha mãe era divorciada e morava só com a gente. Filhos de pais diferentes, cada um de nós tinha uma relação diferente com os pais. Meu irmão tinha o pai morando longe, em outro estado, e bastante ausente. Eu via meu pai aos finais de semana, e a ajuda que ele dava vinha só para mim.
Minha mãe precisava suprir a casa sozinha e meu irmão passou a ter muitas sequelas mentais, se tornar agressivo e até delirante. Isso levou a gente a ter que inventar formas para lidar com ele, o que não foi nada fácil, em especial com as amigas do sexo feminino, alvos principais de suas investidas.
O suporte emocional que meu pai me dava era muito grande, trazendo alguma estabilidade e até sensação de segurança para o dia a dia, ou pelo menos para os finais de semana. Porém, quando eu completei meus quinze anos, ele sofreu um aneurisma que também o deixou bastante debilitado física e mentalmente. Já aposentado, ele não teria tido muito prejuízo econômico, não fossem as contas geradas pelos hospitais e cirurgias, que acabaram se multiplicando com as complicações do caso.
Com certeza, para mim o que mais pesou foi ele ter deixado de ser um suporte emocional para balancear as coisas e passar a ser também fonte de preocupação.
Eu e minha mãe passamos a nos tornar mais próximas e a compartilhar coisas mais íntimas para dar suporte uma a outra. Do lado do meu pai, minha irmã, também com cinco anos passava, em algum grau pela mesma experiência que eu, de passar a se preocupar com o homem da casa ao invés de ser protegida por ele. Os homens, possivelmente mais fortes e provedores, não o eram nesta família e ambas, minha mãe e minha madrasta, tiveram que tomar este lugar.
Eu passei a me interessar pela psicologia e através do questionamento do que poderia ter acontecido com seus eles, me formei nesta carreira. Eu queria entender como a mente funciona, o que poderia ter acontecido com eles e até que ponto eu mesma não poderia perder a consciência também. Este era meu maior medo. Me perder de mim mesma e não ser capaz de estar presente para ajuda-los.
Na faculdade de psicologia passei a estudar transtornos graves, como a psicose infantil e o autismo e depois me inseri na Educação Infantil buscando base para o desenvolvimento "saudável" das crianças. Eu buscava compreender o funcionamento das crianças, dos adultos, das pessoas em geral, sem nunca julgá-las.
Hoje, trabalho nas duas frentes, na psicologia, com consultório particular, e na educação infantil, numa escola. O incompreensível que eles despertaram em mim gerou curiosidade e muita necessidade de conhecer e ajudar o outro em suas complexidades, dificuldades e deslizes.
Acho que a convivência com eles, a quantidade de coisas que tive que entender e abrir mão para lidar com meu irmão e meu pai e cuidar dos dois, mesmo sendo cedo demais, me fizeram muito mais sensível, com olhos e ouvidos mais abertos e com facilidade de compreender o diferente, o difícil, o frágil.
A fragilidade deles me deu força e coragem para lidar com o humano, seja ele como for, com suas maluquices e distorções mais estranhas à maioria. Agradeço muito por ainda tê-los em minha vida e por me mostrarem que mesmo com muita dificuldade é possível amar e ser feliz. E é isso que me dá forças para continuar trilhando meus caminhos com as crianças e adultos com que me deparo dia após dia trazendo suas fraquezas e fragilidades, mas que podem sair do meu consultório ou da minha turma com mais clareza sobre si mesmo e encontrando forças até mesmo dentro de suas fraquezas.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Meu irmão Roger de Souza Tavares
Meu irmão Roger de Souza Tavares
Hoje é aniversário do meu irmão, Roger de Souza Tavares. Ele não tem facebook, não usa e-mail, internet e nem sequer mora perto de mim, na minha cidade. Não sou próxima dele, como eu gostaria. Mas liguei pra lhe desejar um feliz aniversário. Sinto saudades da minha infância, quando era mais fácil lhe dar parabéns, dar um abraço, dar risada juntos. Hoje ele já é um homem de 40 anos. E não parece. E eu uma de 30. Talvez também não pareça. Dois irmãos, tão grandes e tão pequenos. Que maluca é a vida. Que passa...
Quando eu tinha 5 anos e ele 15, ele sofreu um acidente e teve muitas consequencias físicas e mentais, na verdade, não amadureceu muito mais, mesmo tendo casado, tido um filho lindo que já tem 13 anos e até passado num concurso público. Permanece com seus 15 anos, muito engraçado, mas também sem noção das consequencias de seus atos.
Um grande pequeno menino. Hoje, com 40 anos. Lidar com ele e com o que o cuidado com ele fez om minha mãe, com o pai dele, comigo e com todas as pessoas se aproximava de nós nos fez uma família muito dolorida. Muito machucada, mas ao mesmo forte e ainda que quebrada e desmembrada, sensível entre nós e com uma capacidade meio acima do normal de nos colocarmos no lugar do outro em sofrimento. Cuido eu, cuida minha mãe e cuida o pai dele de pessoas em sofrimento, físico, psíquico ou até espiritual. Cada um de nós três foi atrás do que essa marca nos causou e conseguiu transformá-la em algo de bom, com todo o peso e toda dor que tivemos que passar.
Ao meu irmão, meu feliz aniversário e meu obrigada, por tudo. Com dor, com tudo, eu o amo. <3 font="" nbsp="">3>
Hoje é aniversário do meu irmão, Roger de Souza Tavares. Ele não tem facebook, não usa e-mail, internet e nem sequer mora perto de mim, na minha cidade. Não sou próxima dele, como eu gostaria. Mas liguei pra lhe desejar um feliz aniversário. Sinto saudades da minha infância, quando era mais fácil lhe dar parabéns, dar um abraço, dar risada juntos. Hoje ele já é um homem de 40 anos. E não parece. E eu uma de 30. Talvez também não pareça. Dois irmãos, tão grandes e tão pequenos. Que maluca é a vida. Que passa...
Quando eu tinha 5 anos e ele 15, ele sofreu um acidente e teve muitas consequencias físicas e mentais, na verdade, não amadureceu muito mais, mesmo tendo casado, tido um filho lindo que já tem 13 anos e até passado num concurso público. Permanece com seus 15 anos, muito engraçado, mas também sem noção das consequencias de seus atos.
Um grande pequeno menino. Hoje, com 40 anos. Lidar com ele e com o que o cuidado com ele fez om minha mãe, com o pai dele, comigo e com todas as pessoas se aproximava de nós nos fez uma família muito dolorida. Muito machucada, mas ao mesmo forte e ainda que quebrada e desmembrada, sensível entre nós e com uma capacidade meio acima do normal de nos colocarmos no lugar do outro em sofrimento. Cuido eu, cuida minha mãe e cuida o pai dele de pessoas em sofrimento, físico, psíquico ou até espiritual. Cada um de nós três foi atrás do que essa marca nos causou e conseguiu transformá-la em algo de bom, com todo o peso e toda dor que tivemos que passar.
Ao meu irmão, meu feliz aniversário e meu obrigada, por tudo. Com dor, com tudo, eu o amo. <3 font="" nbsp="">3>
terça-feira, 26 de março de 2013
Muito incomodada com os valores atuais da sociedade...
Políticos que desrespeitam minorias, ganhando toneladas de dinheiro às custas do trabalho das pessoas.
Pessoas sendo assaltadas em arrastões nos lugares mais ricos da cidade, onde os mais abastados ostentam as marcas caríssimas que compram para poder mostrar que têm valor na distorcida classe social em que estão.
Ladrões que roubam coisas que nunca poderiam comprar e que vendem para quem provavelmente ganha o dinheiro com as drogas que entorpecem a população abastada que não vê sentido no dinheiro que têm e que não sabem o que querem, então compram o que lhe ditam que devem.
Jogadores de futebol ganhando milhões porque rendem bilhões aos seus contratantes, porque a população prefere se conectar aos jogos aqui, ou no Japão, do que se conectar com suas famílias, suas cidades, seus problemas reais.
Pessoas com valores distorcidos, ditados por uma sociedade de consumo que não permite que um se aproxime de fato do outro.
Pessoas que não conseguem se colocar no lugar do outro, matando e violentando aos outros, desrespeitando e querendo sempre o melhor só para si, o conforto, o lucro, a vantagem sobre os demais.
De um lado, estou no mesmo lugar que todos, teoricamente sem poder julgar.
Por outro lado, sofro e penso nisso tudo com desgosto, triste de minha posição, escutando histórias de vida, no consultório de psicoterapia, repensando as relações socais, familiares, amorosas, as expectativas humanas na vida, a descrença, a loucura, a medicalização da infância (e de todas as idades), o desrespeito às diferenças individuais. Vejo no trabalho com a educação infantil, crianças com possibilidade de crescerem com uma visão mais ampla, mais respeitosa, mais aberta ao outro, com fé que isso possa fazer alguma diferença no mundo de amanhã, mas sem certezas.
Com o pouco que posso fazer, luto, me amplio e me estico tentando alcançar mais... Reciclar, escutar, dar exemplos de conduta, andar de bicicleta e transporte público, estar presente quando é preciso reivindicar, conversar, estar atenta e aberta às mudanças e ainda por cima, existir, estar no mundo, me perceber, sem me misturar.
Não é pouco, nem é muito, é o que se pode fazer. Atenta, preocupada, mas sempre respeitosa e esperançosa nas pessoas e em suas escolhas, tão diversas, tão únicas, mas muito necessárias e possíveis.
Políticos que desrespeitam minorias, ganhando toneladas de dinheiro às custas do trabalho das pessoas.
Pessoas sendo assaltadas em arrastões nos lugares mais ricos da cidade, onde os mais abastados ostentam as marcas caríssimas que compram para poder mostrar que têm valor na distorcida classe social em que estão.
Ladrões que roubam coisas que nunca poderiam comprar e que vendem para quem provavelmente ganha o dinheiro com as drogas que entorpecem a população abastada que não vê sentido no dinheiro que têm e que não sabem o que querem, então compram o que lhe ditam que devem.
Jogadores de futebol ganhando milhões porque rendem bilhões aos seus contratantes, porque a população prefere se conectar aos jogos aqui, ou no Japão, do que se conectar com suas famílias, suas cidades, seus problemas reais.
Pessoas com valores distorcidos, ditados por uma sociedade de consumo que não permite que um se aproxime de fato do outro.
Pessoas que não conseguem se colocar no lugar do outro, matando e violentando aos outros, desrespeitando e querendo sempre o melhor só para si, o conforto, o lucro, a vantagem sobre os demais.
De um lado, estou no mesmo lugar que todos, teoricamente sem poder julgar.
Por outro lado, sofro e penso nisso tudo com desgosto, triste de minha posição, escutando histórias de vida, no consultório de psicoterapia, repensando as relações socais, familiares, amorosas, as expectativas humanas na vida, a descrença, a loucura, a medicalização da infância (e de todas as idades), o desrespeito às diferenças individuais. Vejo no trabalho com a educação infantil, crianças com possibilidade de crescerem com uma visão mais ampla, mais respeitosa, mais aberta ao outro, com fé que isso possa fazer alguma diferença no mundo de amanhã, mas sem certezas.
Com o pouco que posso fazer, luto, me amplio e me estico tentando alcançar mais... Reciclar, escutar, dar exemplos de conduta, andar de bicicleta e transporte público, estar presente quando é preciso reivindicar, conversar, estar atenta e aberta às mudanças e ainda por cima, existir, estar no mundo, me perceber, sem me misturar.
Não é pouco, nem é muito, é o que se pode fazer. Atenta, preocupada, mas sempre respeitosa e esperançosa nas pessoas e em suas escolhas, tão diversas, tão únicas, mas muito necessárias e possíveis.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Retomando a atividade no meu antigo blog que está a nada menos do que 03 anos em silêncio enquanto a vida aqui urge e ruge com tanta força e em muitos sentidos diferentes!
Vida nova, em nova casa, acompanhada, foco no trabalho, quase formada em nova graduação e cheia de planos para seguir estudos e projetos adiante!
Balzaquianamente de volta a escrita. Vamos ver o que sai desta nova fase nas letras...
Vida nova, em nova casa, acompanhada, foco no trabalho, quase formada em nova graduação e cheia de planos para seguir estudos e projetos adiante!
Balzaquianamente de volta a escrita. Vamos ver o que sai desta nova fase nas letras...
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
vida paulistana
Estava voltando para casa hoje, esta noite, de pinheiros para a Consolação e pensando o quanto quase tudo à minha volta é violento.
Quando saio de casa para trabalhar, seja pela manhã para ir ao consultório, seja na hora do almoço, a caminho da escola, estou sempre desviando o olhar para evitar os pedintes e os caras budistas com seus livrinhos ou os poetas com seus livrinhos, ou os universitáruios com suas revistas, ou os mendigos com seus pedidos ou qualquer pessoas com um papelzinho para me dar. ou então, estou desviando o meu corpo de uma massa de executivos(as) chegando ao trabalho ou indo almoçar em meia hora para não perder tempo, que é dinheiro.
Tudo é violento.
E acabei me lembrando que ou em pinheiros ou aqui mesmo na consolação, já tive amigos que perderam seus carros me trazendo ou me levando de casa, já me levaram o celular uma, duas, três vezes, ou pediram outras tantas que eu não dei, já me roubaram de passe escolar (quando eram de papel) à relógio que meu pai me deu de natal, ou bolsa com meus pertences de dentro do meu carro, quebrando a janela dele comum pedaço de ferro, comigo dentro, no farol.
Acho que às vezes a gente que mora nessa cidade louca aprende a ser bem frio e distante do que tem a nossa volta para pelo menos não pensar o tempo todo em tudo de errado que pode acontecer com a gente, de novo.
Morando a um quarteirão da maior avenida dessa cidade, que é a maior cidade deste país, que é uma potência econômica, temos que ter medo. Morar aqui é um privilégio e é uma desgraça. Tem tudo por perto e por isso mesmo pode se perder tudo a qualquer momento. Inclusive a vida, que pode se perder por um carro, por uma carteira, por um celular, por um ipod, um iphone, ou até por distração de um motorista de ônibus às pressas, correndo augusta abaixo.
Não gostaria de ser essa pessoa que evita o olhar das pessoas na rua, mas odeio não poder olhar para o lado que já literalmante sou "capturada" por um dos "pedintes" dessa esquina.
Enfim, só um desabafo. Dessa vida paulistana que me aflige, mas que eu não abandono por nada.
Vai entender...
Quando saio de casa para trabalhar, seja pela manhã para ir ao consultório, seja na hora do almoço, a caminho da escola, estou sempre desviando o olhar para evitar os pedintes e os caras budistas com seus livrinhos ou os poetas com seus livrinhos, ou os universitáruios com suas revistas, ou os mendigos com seus pedidos ou qualquer pessoas com um papelzinho para me dar. ou então, estou desviando o meu corpo de uma massa de executivos(as) chegando ao trabalho ou indo almoçar em meia hora para não perder tempo, que é dinheiro.
Tudo é violento.
E acabei me lembrando que ou em pinheiros ou aqui mesmo na consolação, já tive amigos que perderam seus carros me trazendo ou me levando de casa, já me levaram o celular uma, duas, três vezes, ou pediram outras tantas que eu não dei, já me roubaram de passe escolar (quando eram de papel) à relógio que meu pai me deu de natal, ou bolsa com meus pertences de dentro do meu carro, quebrando a janela dele comum pedaço de ferro, comigo dentro, no farol.
Acho que às vezes a gente que mora nessa cidade louca aprende a ser bem frio e distante do que tem a nossa volta para pelo menos não pensar o tempo todo em tudo de errado que pode acontecer com a gente, de novo.
Morando a um quarteirão da maior avenida dessa cidade, que é a maior cidade deste país, que é uma potência econômica, temos que ter medo. Morar aqui é um privilégio e é uma desgraça. Tem tudo por perto e por isso mesmo pode se perder tudo a qualquer momento. Inclusive a vida, que pode se perder por um carro, por uma carteira, por um celular, por um ipod, um iphone, ou até por distração de um motorista de ônibus às pressas, correndo augusta abaixo.
Não gostaria de ser essa pessoa que evita o olhar das pessoas na rua, mas odeio não poder olhar para o lado que já literalmante sou "capturada" por um dos "pedintes" dessa esquina.
Enfim, só um desabafo. Dessa vida paulistana que me aflige, mas que eu não abandono por nada.
Vai entender...
terça-feira, 5 de maio de 2009
Luz
Faz tempo que eu postei e ainda estou lá: ainda quero essa viagem, ainda estou presa no olhar do outro, ainda que menos, cada vez menos. Ou de outro jeito.
Muitos sonhos já viabilizados em parte, muito do prazer do lazer e do tempo sem fazer nada já vividos sem culpa. É engraçado como o tempo muda os animos e como a vida leva a gente para os caminhos que a gente queria quase sem querer.
Acho que há sim uma luz lá no fim do túnel. E ao fim do túnel em si, não parece que importa muito chegar: importa olhar para essa luz quando ela parece não existir mais e sorrir, só de se deparar com ela novamente.
Tomara que, fazendo ou não essa grande viagem, eu continue enxergando essa luz e sorrindo para ela.
Muitos sonhos já viabilizados em parte, muito do prazer do lazer e do tempo sem fazer nada já vividos sem culpa. É engraçado como o tempo muda os animos e como a vida leva a gente para os caminhos que a gente queria quase sem querer.
Acho que há sim uma luz lá no fim do túnel. E ao fim do túnel em si, não parece que importa muito chegar: importa olhar para essa luz quando ela parece não existir mais e sorrir, só de se deparar com ela novamente.
Tomara que, fazendo ou não essa grande viagem, eu continue enxergando essa luz e sorrindo para ela.
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