Muito incomodada com os valores atuais da sociedade...
Políticos que desrespeitam minorias, ganhando toneladas de dinheiro às custas do trabalho das pessoas.
Pessoas sendo assaltadas em arrastões nos lugares mais ricos da cidade, onde os mais abastados ostentam as marcas caríssimas que compram para poder mostrar que têm valor na distorcida classe social em que estão.
Ladrões que roubam coisas que nunca poderiam comprar e que vendem para quem provavelmente ganha o dinheiro com as drogas que entorpecem a população abastada que não vê sentido no dinheiro que têm e que não sabem o que querem, então compram o que lhe ditam que devem.
Jogadores de futebol ganhando milhões porque rendem bilhões aos seus contratantes, porque a população prefere se conectar aos jogos aqui, ou no Japão, do que se conectar com suas famílias, suas cidades, seus problemas reais.
Pessoas com valores distorcidos, ditados por uma sociedade de consumo que não permite que um se aproxime de fato do outro.
Pessoas que não conseguem se colocar no lugar do outro, matando e violentando aos outros, desrespeitando e querendo sempre o melhor só para si, o conforto, o lucro, a vantagem sobre os demais.
De um lado, estou no mesmo lugar que todos, teoricamente sem poder julgar.
Por outro lado, sofro e penso nisso tudo com desgosto, triste de minha posição, escutando histórias de vida, no consultório de psicoterapia, repensando as relações socais, familiares, amorosas, as expectativas humanas na vida, a descrença, a loucura, a medicalização da infância (e de todas as idades), o desrespeito às diferenças individuais. Vejo no trabalho com a educação infantil, crianças com possibilidade de crescerem com uma visão mais ampla, mais respeitosa, mais aberta ao outro, com fé que isso possa fazer alguma diferença no mundo de amanhã, mas sem certezas.
Com o pouco que posso fazer, luto, me amplio e me estico tentando alcançar mais... Reciclar, escutar, dar exemplos de conduta, andar de bicicleta e transporte público, estar presente quando é preciso reivindicar, conversar, estar atenta e aberta às mudanças e ainda por cima, existir, estar no mundo, me perceber, sem me misturar.
Não é pouco, nem é muito, é o que se pode fazer. Atenta, preocupada, mas sempre respeitosa e esperançosa nas pessoas e em suas escolhas, tão diversas, tão únicas, mas muito necessárias e possíveis.
terça-feira, 26 de março de 2013
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Retomando a atividade no meu antigo blog que está a nada menos do que 03 anos em silêncio enquanto a vida aqui urge e ruge com tanta força e em muitos sentidos diferentes!
Vida nova, em nova casa, acompanhada, foco no trabalho, quase formada em nova graduação e cheia de planos para seguir estudos e projetos adiante!
Balzaquianamente de volta a escrita. Vamos ver o que sai desta nova fase nas letras...
Vida nova, em nova casa, acompanhada, foco no trabalho, quase formada em nova graduação e cheia de planos para seguir estudos e projetos adiante!
Balzaquianamente de volta a escrita. Vamos ver o que sai desta nova fase nas letras...
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
vida paulistana
Estava voltando para casa hoje, esta noite, de pinheiros para a Consolação e pensando o quanto quase tudo à minha volta é violento.
Quando saio de casa para trabalhar, seja pela manhã para ir ao consultório, seja na hora do almoço, a caminho da escola, estou sempre desviando o olhar para evitar os pedintes e os caras budistas com seus livrinhos ou os poetas com seus livrinhos, ou os universitáruios com suas revistas, ou os mendigos com seus pedidos ou qualquer pessoas com um papelzinho para me dar. ou então, estou desviando o meu corpo de uma massa de executivos(as) chegando ao trabalho ou indo almoçar em meia hora para não perder tempo, que é dinheiro.
Tudo é violento.
E acabei me lembrando que ou em pinheiros ou aqui mesmo na consolação, já tive amigos que perderam seus carros me trazendo ou me levando de casa, já me levaram o celular uma, duas, três vezes, ou pediram outras tantas que eu não dei, já me roubaram de passe escolar (quando eram de papel) à relógio que meu pai me deu de natal, ou bolsa com meus pertences de dentro do meu carro, quebrando a janela dele comum pedaço de ferro, comigo dentro, no farol.
Acho que às vezes a gente que mora nessa cidade louca aprende a ser bem frio e distante do que tem a nossa volta para pelo menos não pensar o tempo todo em tudo de errado que pode acontecer com a gente, de novo.
Morando a um quarteirão da maior avenida dessa cidade, que é a maior cidade deste país, que é uma potência econômica, temos que ter medo. Morar aqui é um privilégio e é uma desgraça. Tem tudo por perto e por isso mesmo pode se perder tudo a qualquer momento. Inclusive a vida, que pode se perder por um carro, por uma carteira, por um celular, por um ipod, um iphone, ou até por distração de um motorista de ônibus às pressas, correndo augusta abaixo.
Não gostaria de ser essa pessoa que evita o olhar das pessoas na rua, mas odeio não poder olhar para o lado que já literalmante sou "capturada" por um dos "pedintes" dessa esquina.
Enfim, só um desabafo. Dessa vida paulistana que me aflige, mas que eu não abandono por nada.
Vai entender...
Quando saio de casa para trabalhar, seja pela manhã para ir ao consultório, seja na hora do almoço, a caminho da escola, estou sempre desviando o olhar para evitar os pedintes e os caras budistas com seus livrinhos ou os poetas com seus livrinhos, ou os universitáruios com suas revistas, ou os mendigos com seus pedidos ou qualquer pessoas com um papelzinho para me dar. ou então, estou desviando o meu corpo de uma massa de executivos(as) chegando ao trabalho ou indo almoçar em meia hora para não perder tempo, que é dinheiro.
Tudo é violento.
E acabei me lembrando que ou em pinheiros ou aqui mesmo na consolação, já tive amigos que perderam seus carros me trazendo ou me levando de casa, já me levaram o celular uma, duas, três vezes, ou pediram outras tantas que eu não dei, já me roubaram de passe escolar (quando eram de papel) à relógio que meu pai me deu de natal, ou bolsa com meus pertences de dentro do meu carro, quebrando a janela dele comum pedaço de ferro, comigo dentro, no farol.
Acho que às vezes a gente que mora nessa cidade louca aprende a ser bem frio e distante do que tem a nossa volta para pelo menos não pensar o tempo todo em tudo de errado que pode acontecer com a gente, de novo.
Morando a um quarteirão da maior avenida dessa cidade, que é a maior cidade deste país, que é uma potência econômica, temos que ter medo. Morar aqui é um privilégio e é uma desgraça. Tem tudo por perto e por isso mesmo pode se perder tudo a qualquer momento. Inclusive a vida, que pode se perder por um carro, por uma carteira, por um celular, por um ipod, um iphone, ou até por distração de um motorista de ônibus às pressas, correndo augusta abaixo.
Não gostaria de ser essa pessoa que evita o olhar das pessoas na rua, mas odeio não poder olhar para o lado que já literalmante sou "capturada" por um dos "pedintes" dessa esquina.
Enfim, só um desabafo. Dessa vida paulistana que me aflige, mas que eu não abandono por nada.
Vai entender...
terça-feira, 5 de maio de 2009
Luz
Faz tempo que eu postei e ainda estou lá: ainda quero essa viagem, ainda estou presa no olhar do outro, ainda que menos, cada vez menos. Ou de outro jeito.
Muitos sonhos já viabilizados em parte, muito do prazer do lazer e do tempo sem fazer nada já vividos sem culpa. É engraçado como o tempo muda os animos e como a vida leva a gente para os caminhos que a gente queria quase sem querer.
Acho que há sim uma luz lá no fim do túnel. E ao fim do túnel em si, não parece que importa muito chegar: importa olhar para essa luz quando ela parece não existir mais e sorrir, só de se deparar com ela novamente.
Tomara que, fazendo ou não essa grande viagem, eu continue enxergando essa luz e sorrindo para ela.
Muitos sonhos já viabilizados em parte, muito do prazer do lazer e do tempo sem fazer nada já vividos sem culpa. É engraçado como o tempo muda os animos e como a vida leva a gente para os caminhos que a gente queria quase sem querer.
Acho que há sim uma luz lá no fim do túnel. E ao fim do túnel em si, não parece que importa muito chegar: importa olhar para essa luz quando ela parece não existir mais e sorrir, só de se deparar com ela novamente.
Tomara que, fazendo ou não essa grande viagem, eu continue enxergando essa luz e sorrindo para ela.
domingo, 16 de setembro de 2007
viagem
Estou pensando numa viagem...
Em sair da rotina louca que me consome. Sair do corre-corre do dia-a-dia, que não tem espaço, porque estão todos preenchidos por hífens, por meio-tempos, por coisas que temos que fazer no meio. Não há pausa, não há respiro, não há tolerância com a mínima mudança.
Estou me sentindo presa. Presa nessa vida sem vida, nessa rotina estafante, nesse montão de planos sem possibilidade de viabilização.
De vez em quando abre-se uma brecha. E no meio do prazer vem uma culpa, tão grande que eu me lembro de todas as outras coisas que eu deveria estar fazendo nessa hora de prazer lento e vagaroso.
E, sabe, eu preciso desse tempo. Eu preciso de tempo. E perder tempo não é perder tempo. É ganhar tempo. É saudável.
Eu acho.
Ainda assim, pra sair disso, dá vontade de surtar e fugir. Pra Rússia, pra Índia, pra algum lugar ermo, sem conhecidos ou amigos, ou coisas conhecidas. Vontade de inventar uma vida, sem rotina. De viver um dia de cada vez sem obrigações. Dá vontade de ser criança. De ser turista. De perder o relógio de vista.
De deixar de depender tanto assim do olhar do outro. Do mesmo contínuo olhar pra sustentar o meu "eu". Que me define ou me prende nele.
Depende.
Em sair da rotina louca que me consome. Sair do corre-corre do dia-a-dia, que não tem espaço, porque estão todos preenchidos por hífens, por meio-tempos, por coisas que temos que fazer no meio. Não há pausa, não há respiro, não há tolerância com a mínima mudança.
Estou me sentindo presa. Presa nessa vida sem vida, nessa rotina estafante, nesse montão de planos sem possibilidade de viabilização.
De vez em quando abre-se uma brecha. E no meio do prazer vem uma culpa, tão grande que eu me lembro de todas as outras coisas que eu deveria estar fazendo nessa hora de prazer lento e vagaroso.
E, sabe, eu preciso desse tempo. Eu preciso de tempo. E perder tempo não é perder tempo. É ganhar tempo. É saudável.
Eu acho.
Ainda assim, pra sair disso, dá vontade de surtar e fugir. Pra Rússia, pra Índia, pra algum lugar ermo, sem conhecidos ou amigos, ou coisas conhecidas. Vontade de inventar uma vida, sem rotina. De viver um dia de cada vez sem obrigações. Dá vontade de ser criança. De ser turista. De perder o relógio de vista.
De deixar de depender tanto assim do olhar do outro. Do mesmo contínuo olhar pra sustentar o meu "eu". Que me define ou me prende nele.
Depende.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Expectativa
"não posso resolver todos os seus problemas!" é o que eu ouço.
eu queria mesmo que resolvessem todos os meus problemas. mas ninguém vai, por que os problemas são meus. o que se pode fazer é me dar uns beijos, me levar pra passear, me fazer uns carinhos. e não ser a solução de eu ser incompleta. não ser a minha completude. ser um pedaço da minha alegria. uma boa companhia. o outro é incompleto feito eu. é minha fantasia.
preciso lembrar disso todo dia.
o amor alivia, mas depois cria intriga de novo, entedia... alívio e felicidade não é a mesma coisa. alívio vem do vício. felicidade é um "a mais" depois de não ter expectativas sobre alguma coisa. expectativa cansa. exaure. machuca.
eu não gosto, mas sempre uso.
eu queria mesmo que resolvessem todos os meus problemas. mas ninguém vai, por que os problemas são meus. o que se pode fazer é me dar uns beijos, me levar pra passear, me fazer uns carinhos. e não ser a solução de eu ser incompleta. não ser a minha completude. ser um pedaço da minha alegria. uma boa companhia. o outro é incompleto feito eu. é minha fantasia.
preciso lembrar disso todo dia.
o amor alivia, mas depois cria intriga de novo, entedia... alívio e felicidade não é a mesma coisa. alívio vem do vício. felicidade é um "a mais" depois de não ter expectativas sobre alguma coisa. expectativa cansa. exaure. machuca.
eu não gosto, mas sempre uso.
quarta-feira, 4 de julho de 2007
playing
Mundo, mundo
Vasto e imundo
Conexões inúteis entre palavras foram os jogos que aprendi a jogar com esse pai das letras, pai das idéias.
Pai que abre o caminho abstrato da fantasia ao invés de materializar. Desse jeito, acabamos, eu e a irmã querida, dentro dessa prazeirosa armadilha de trocadilhar, reinventar, brincar com as letras, sentidos e significados. Nossos brinquedos prediletos.
Do mestre das palavras somos filhas e pupilas. Ouvintes e interlocutoras. Brilhantes amadoras.
Não sei jogar queimada, mas posso fazer piada.
Do que sei e do que sou levo um pouco desse amor. Edípico e sincero.
E (porque não?) eterno.
Vasto e imundo
Conexões inúteis entre palavras foram os jogos que aprendi a jogar com esse pai das letras, pai das idéias.
Pai que abre o caminho abstrato da fantasia ao invés de materializar. Desse jeito, acabamos, eu e a irmã querida, dentro dessa prazeirosa armadilha de trocadilhar, reinventar, brincar com as letras, sentidos e significados. Nossos brinquedos prediletos.
Do mestre das palavras somos filhas e pupilas. Ouvintes e interlocutoras. Brilhantes amadoras.
Não sei jogar queimada, mas posso fazer piada.
Do que sei e do que sou levo um pouco desse amor. Edípico e sincero.
E (porque não?) eterno.
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