domingo, 16 de setembro de 2007

viagem

Estou pensando numa viagem...
Em sair da rotina louca que me consome. Sair do corre-corre do dia-a-dia, que não tem espaço, porque estão todos preenchidos por hífens, por meio-tempos, por coisas que temos que fazer no meio. Não há pausa, não há respiro, não há tolerância com a mínima mudança.
Estou me sentindo presa. Presa nessa vida sem vida, nessa rotina estafante, nesse montão de planos sem possibilidade de viabilização.
De vez em quando abre-se uma brecha. E no meio do prazer vem uma culpa, tão grande que eu me lembro de todas as outras coisas que eu deveria estar fazendo nessa hora de prazer lento e vagaroso.
E, sabe, eu preciso desse tempo. Eu preciso de tempo. E perder tempo não é perder tempo. É ganhar tempo. É saudável.
Eu acho.

Ainda assim, pra sair disso, dá vontade de surtar e fugir. Pra Rússia, pra Índia, pra algum lugar ermo, sem conhecidos ou amigos, ou coisas conhecidas. Vontade de inventar uma vida, sem rotina. De viver um dia de cada vez sem obrigações. Dá vontade de ser criança. De ser turista. De perder o relógio de vista.
De deixar de depender tanto assim do olhar do outro. Do mesmo contínuo olhar pra sustentar o meu "eu". Que me define ou me prende nele.
Depende.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Expectativa

"não posso resolver todos os seus problemas!" é o que eu ouço.

eu queria mesmo que resolvessem todos os meus problemas. mas ninguém vai, por que os problemas são meus. o que se pode fazer é me dar uns beijos, me levar pra passear, me fazer uns carinhos. e não ser a solução de eu ser incompleta. não ser a minha completude. ser um pedaço da minha alegria. uma boa companhia. o outro é incompleto feito eu. é minha fantasia.

preciso lembrar disso todo dia.

o amor alivia, mas depois cria intriga de novo, entedia... alívio e felicidade não é a mesma coisa. alívio vem do vício. felicidade é um "a mais" depois de não ter expectativas sobre alguma coisa. expectativa cansa. exaure. machuca.

eu não gosto, mas sempre uso.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

playing

Mundo, mundo
Vasto e imundo

Conexões inúteis entre palavras foram os jogos que aprendi a jogar com esse pai das letras, pai das idéias.
Pai que abre o caminho abstrato da fantasia ao invés de materializar. Desse jeito, acabamos, eu e a irmã querida, dentro dessa prazeirosa armadilha de trocadilhar, reinventar, brincar com as letras, sentidos e significados. Nossos brinquedos prediletos.
Do mestre das palavras somos filhas e pupilas. Ouvintes e interlocutoras. Brilhantes amadoras.
Não sei jogar queimada, mas posso fazer piada.
Do que sei e do que sou levo um pouco desse amor. Edípico e sincero.
E (porque não?) eterno.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Do buraco

Ser mulher é um segredo difícil de dividir. Ser mulher é um abismo. É um buraco sem fundo, é uma necessidade de completude maior que os dedos e a língua, maior que um pênis ereto, maior que um banho de esperma, maior que um feto, maior que um bebê completo, maior do que filhos e mais filhos.
É um buraco na alma que o feminino traz e que é condição ser e é condição não querê-lo.
Ser mulher é uma benção e uma desgraça. É uma força imensa e desarmada. É ser continente e ser morada. E continuar desesperada.
A mulher é uma fraude. Compete a ela ser o desfalque e recompor esse desfalque. Ao mesmo tempo. Através da dor de gerar e parir e seguir vazia depois de tudo isso.
Preencher e esvaziar-se, preencher e esvaziar-se.
E sangrar, sangrar e sangrar para se lembrar que o buraco é dor, que o buraco é mágoa, que o buraco é força e é também fraqueza.
Que o buraco é fundo. E acabou-se o mundo.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Vínculo vicioso

Me parece, e assim o é, segundo as leituras que me caem em mãos, que o ser humano é o ser da repetição. Rodamos em círculos, repetindo e repetindo erros e modos de lidar com as coisas que aprendemos há muito tempo. E, tendo dado certo, ou não, continuamos perpetuando esse modo, com preguiça de mudar ou de tentar outros.

Me encontro no meio de um retorno desses a um dos cumes do ciclo. Numa paranóica retomada dos problemas típicos de ser humana, eu fico (desde meu malogrado TCC da faculdade) pensando sobre a solidão, o incomunicável do indivíduo, o óbvio desencaixe entre nós e nossas expectativas sobre nós, entre nossos vínculos e nossos mitos e fantasias sobre como eles deveriam ser.

Estou aqui desencaixada, sem lugar, sem satisfação de mim comigo mesma, de mim com minhas soluções estúpidas para problemas revividos.

Estou, enfim, cansada de mim.

Acho que é isso.

domingo, 1 de abril de 2007

empty pages

hum... só chegando à conclusão de que eu tenho muitas senhas para muitas coisas na internet. e que todas são inúteis. e uma chama a outra.

por exemplo, orkut. orkut tudo bem, todo mundo usa, às vezes tem recado e tal.

mas fotolog por exemplo... não tiro fotos boas e não posto nada novo. é inútil.

blog: não lembro nem a senha e abri esse novo, só pra postar umas letras de música e continuar podendo usar. pra quê, não sei.

my space então, coitado... não faço a mínima idéia de pra que ele serve.

e os meus 3 e-mails?! pra quê ter 3 e-mails?!

é muita senha, muito lugar vazio pra olhar. muita coisa pra gastar tempo. o tempo que poderia ser útil, fica assim, virtualmente esvaziado e ao mesmo tempo preenchido ou gasto.

e ficam me chamando para um tal de "tagged" por e-mail. ah, me poupe!

quarta-feira, 28 de março de 2007

6

Essa se chama "twenty-three":

I've been waiting all my life
and it's 22 years

They say 22 seconds is too long for a kiss
can you imagine my bliss?
'cause i had my 22 minutes of happiness
yes, i had my 22 minutes of happiness

Now i wanna turn 23, 23
to check what else is out there, waiting for me